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Pés Molhados, Rio Grande do Sul, Brazil
Meu nome é Getúlio Asdrubal, mas sou mais conhecido como Gegê. Tenho 80 anos e sou graduado em Ciências Biológicas. Nasci e vivo até hoje no banhado Pés Molhados. Estudo e tenho campos de pesquisa na área da educação, sendo meu enfoque de estudo as sínteses cognitivas que surgem a partir dos processos de aprendizagem.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PSICOLOGIA FUNCIONALISTA EUROPÉIA

    O Funcionalismo Europeu tem seu surgimento e expansão de suas ideias em Genébra com Édouard Claparéde (1873-1940) cuja continuidade resultou na importante obra de Jean Piaget (1896-1980). O entendimento genebriano caracteriza-se por uma abordagem dos fenômenos psicológicos sobre uma visão genético-funcional, que busca explicar-se a partir da gênese da história do sujeito psicológico, e de sua função no processo de adaptação. A escola genebriana enfatiza o estudo da cognição humana, que se refere ao estudo da consciência e também do próprio pensamento.
    Tanto Claparéde como Piaget ocupam-se da gênese dos processos cognitivos partindo de um ponto de vista interacionista, ou seja, como o resultado da construção progressiva de esquemas de adaptação ao ambiente na interação entre o sujeito e seu meio. A interpretação interacionista é considerada uma alternativa sólida tanto para a explicação inatista quanto à ambientalista, no alcance em que permite colocar um terceiro elemento entre as estruturas herdadas e o ambiente.
     A principal contribuição de Édouard Claparédea no campo da psicologia funcional foi por meio da construção de leis que descrevem o processo de auto-regulação dos organismos vivos pelo qual conclui que o interesse “a vontade”, própria da dimensão psicológica, é o principio fundamental da atividade mental, colocando assim, o sujeito como agente de sua própria atividade, estabelecendo um elo entre a natureza que o constitui e o ambiente que o estimula a agir.
     A perspectiva genético-funcional de Claparède e Piaget exerceu grande influência sobre a psicologia, nas áreas da psicologia do desenvolvimento e da psicologia da Educação, com profunda repercussão de suas obras no Brasil  ao longo do século XX por Helena Antipoff e Lourenço Filho especialmente. Nessa época, ampliaram-se os debates sobre aspectos sócio-culturais da cognição, e as relações entre epistemologia genética e os processo de educação, deste modo colocando a psicologia a serviço da melhor qualidade e democratização da educação no Brasil. A partir das obras de Piaget e Claparède observou-se um retorno as propostas escolanovistas de John Dewey (1859-1952) de conhecer o pensamento das crianças e centrar o ensino na dinâmica de seus interesses.

Jáco-Vilela A. M., Ferreira A. A. L., Portugal F. T., (2007). História da Psicologia: Rumos e Percursos.Coleção Ensino da Psicologia,       3. Rio de Janeiro: Nau Ed.

Perspectiva funcionalista na prática educativa


   A concepção Idealista sugere que o surgimento da mente nas crianças inicia-se com a presença de conhecimentos inatos, que vão sendo polidos pela percepção destas sobre o mundo, construindo e sintetizando novos conhecimentos. E, neste aspecto, a Psicologia Funcionalista Européia tem muito a contribuir com meus estudos a respeito de como se dá o surgimento da mente nas crianças. Esta vertente considera que o aprendizado do indivíduo ocorre através de sua interação com o meio e que o conhecimento adquirido é orientado pelos interesses infantis e pelas sínteses que esta faz acerca de suas percepções.
     Sugiro que pensemos de uma maneira mais aprofundada o processo de ensino - aprendizagem, no qual, de acordo com minhas proposições e com o Funcionalismo Europeu, o agente educador deve possibilitar um aprendizado interacional que possa aproximar o sujeito de sua realidade vivida, sendo este útil para o desenvolvimento do indivíduo. E no qual o enlace entre o racional e o empírico faça gerar novos conhecimentos, de forma que estas aprendizagens sejam organizadas na mente a fim de permitirem novas percepções que tenham por objetivo instigar no sujeito um pensamento crítico acerca das coisas e do mundo em que vive.
      Somente desta maneira podemos integrar mente e corpo em um processo dialético, de modo que a consciência desempenhe a síntese desta relação.


Conferência para Professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. (2011/4). PSI0381D, História e Sistemas em Psicologia I, UCS.

A Teoria do Conhecimento de Kant

     Para embasar meus estudos à cerca do homem e seu processo de aprendizagem, tenho por base teórica e inspiradora os pressupostos de Kant. Onde presume que,


"Que todo o nosso conhecimento começa com a experiência, não há dúvida alguma, pois, do contrário, por meio do que a faculdade de conhecimento deveria ser despertada para o exercício senão através de objetos que tocam nossos sentidos e em parte produzem por si próprios representações, em parte põem em movimento a atividade do nosso entendimento para compará-las, conectá-las ou separá-las e, desse modo, assimilar a matéria bruta das impressões sensíveis a um conhecimento dos objetos que se chama experiência? Segundo o tempo, portanto, nenhum conhecimento em nós precede a experiência, e todo ele começa com ela. Mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele se origina justamente da experiência. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento de experiência seja um composto daquilo que recebemos por impressões e daquilo que a nossa própria faculdade de conhecimento (apenas provocada por impressões sensíveis) fornece de si mesma, cujo aditamento não distinguimos daquela matéria--prima antes que um longo exercício nos tenha tornado atentos a ele e nos tenha tornado aptos à sua abstração. (Kant, 1987, p. 1. Grifo no original)" 


Silveira, F. L. (2002). A teoria do conhecimento de Kant: Idealismo Transcendental. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 19, 28-51.